Já tem tempo que The Last Of Us foi lançado , me lembro perfeitamente do dia , estava no shopping assistindo Star Trek: Além da Escuridão , e até então a única coisa que eu tinha visto do jogo era um gameplay que tinha sido liberado em uma exibição da E3. Assim que inseri o jogo no meu velho ps3 de guerra , fiquei maravilhado com a introdução emocionante do jogo que logo em seus minutos inicias me colocava no controle da menininha Sarah , meu avatar que logo em seguida seria morta por um militar , isso quando estou controlando Joel(Troy Baker) , o pai com a missão de proteger a filha em um mundo prestes a desmoronar devido ao fungo que contaminou toda a população.A premissa de TLOU querendo ou não é clichê , e claro surge enfraquecida graças a Walking Dead , mas assim como no cinema , a narrativa de um jogo fala mais alto do que sua história , e isso é possível porque TLOU é um jogo extremamente cinematográfico.
20 anos se passaram após a pandemia ter tomado o mundo , e agora a sociedade aprendeu a viver com a doença e os fungos , o governo controla a entrada e saída de todas as pessoas nos centros metropolitanos com apoio do exercito, qualquer um que é detectado como infectado é eliminado no mesmo instante , porém há aqueles que se revelam contra o regime instaurado pelo governo , os vaga-lumes.É no meio desse mundo que voltamos a controlar Joel , um homem de meia idade amargurado com sua perda , e também bruto , não hesitando em utilizar violência para resolver seus conflitos .Na trama temos a missão de escoltar a jovem Ellie(Ashley Johnson) ate um grupo de resistentes rebeldes amigáveis , sendo que ela é imune aos esporos.Juntos os dois vão atravessar os Estados Unidos e terão que se defender contra infectados , grupos de sobreviventes e cenários destruídos com suas armas escassas aproveitando cada item que possam pegar. Claro que no caminho a relação dos dois se torna simbiótica , Joel e Ellie precisam um do outro para sobrevivem e lutarem contra todas as ameaças . Um dos vários fatores interessantes é como os diretores fazem escolhas narrativas que contribuem para o desenvolver da história , o jeito pesado e lento como Joel anda , que nem de longe lembra a agilidade de Nathan Drake , o recuo das armas quando elas são disparadas , é muito difícil acertar um headshot em cheio , e a violência que é utilizada para mostrar o mundo inóspito que eles vivem , tudo funciona a favor do jogo.
Ao invés de focar no horror , os produtores do jogo preferiram investir na historia de amor entre pai e filha , seguindo um viés diferente de franquias como Silent Hill e Resident Evil.Então fica fácil reconhecer as influencias cinematográficas que vão desde Eu Sou A Lenda à Filhos da Esperança e Onde Os Fracos Não Tem Vez. A ideia do jogo também foi influenciada pela sequencia de Uncharted 2 , no qual Drake tem que interagir com o personagem Tenzin , um tibetano que mostra o caminho a ser seguido dentro das cavernas de gelo.
(Troy Baker e Ashley Johnson nos bastidores com suas roupas de captura de movimento)
Atualmente , todas as grandes empresas estão mais preocupadas com a engine que vão utilizar nos jogos , mas no final , o que prevalece mesmo é a história de um jogo , como por exemplo Crysis , um jogo muito avançado para o a época , mas que infelizmente contava uma fraca história de invasão alienígena , tudo não passava de uma simples desculpa para mostrar o potencial do motor gráfico nos computadores que precisam ter configurações caríssimas para poderem rodar de maneira satisfatória , algo que ate o próprio Uncharted 3 sofreu. Druckmann e Straley sabem perfeitamente disso , por isso que as aventuras de Joel são até econômicas , nada de cenas megalomaníacas como em Uncharted , a ação acontece em eventos menores como ficar cercado de infectados , ser pego em uma armadilha e ficar de cabeça para baixo. Mesmo sendo um jogo linear , durante o gameplay você tem a leve sensação de liberdade quando você tem a escolha de qual item vai construir ou aperfeiçoar , entre fazer um coquetel molotov ou kit de primeiros socorros , decisões que vão te favorecer ou atrapalhar em eventos futuros .
A direção de arte é outro ponto a se destacar , os cenários são repletos de detalhes , a vegetação tomou conta das cidades , e a vida silvestre seguiu seu rumo dentro das ruas e vielas encontradas no jogo , isso sem falar que cada lugar tem uma história para contar , da para sentir que pessoas moraram ali e tiveram que deixar suas vidas e entes queridos para trás para poderem sobreviver ao holocausto . A trilha sonora composta pelo músico argentino Gustavo Santaolalla é outro ponto primordial , com sutis e melancólicos acordes de violão , Santaolalla consegue transmitir a atmosfera de tristeza e abandono utilizando instrumentos rústicos que remetem ao clima sulista do jogo , contando com poucos instrumentos de percussão.O trabalho dos atores também não deve ser esquecido , Troy Baker e Ashley Johnson exibem uma química adorável em tela , claro que no inicio os dois se odeiem , algo que é proposital na postura de Joel , já que Ellie possui muitas características com sua falecida filha Sarah. E destaque também para Nolan North que faz uma aparição importante no arco mais emocionante do jogo , o inverno.
A outra versão da história
A Naughty Dog havia originalmente planejado um desenrolar diferente para a história.
A primeira grande diferença vinha no momento em que Joel, Tess e Ellie são parados por uma patrulha e escaneados para ver se há algum infectado entre eles. Junto com o trio, havia um quarto elemento, um médico que deveria ser contrabandeado junto com Ellie. Um dos guardas da patrulha era o irmão de Tess, que os deixaria passar. Ao ver que Ellie faz o sensor da doença disparar, Joel saca uma arma e mata um dos guardas, causando um tiroteio. Nessa batalha, o irmão de Tess morre. Tess se sente traída por Joel e Ellie e jura vingança a eles.
No decorrer da história, é o médico quem explica a eles que Ellie é imune e que ela deve ser levada ao laboratório dos Vaga-lumes para que uma cura seja desenvolvida. Ele é morto eventualmente. Outras diferenças desta versão da história incluem Joel e Ellie escapando de um prédio em chamas, juntando-se a um grupo de sobreviventes que eventualmente trava uma grande batalha com uma horda de infectados, e adotando um cachorro - a Naughty Dog originalmente planejava fazer com que animais pudessem ser infectados também, mas essa ideia foi abandonada.
O clímax também foi alterado. Originalmente, Joel deixa Ellie nas instalações médicas dos Vaga-lumes e um médico diz que "é complicado". A história corta direto para Joel dirigindo com Ellie inconsciente no banco de trás. Quando ela acorda, ela diz que deveriam voltar e os dois começam a discutir quando são atingidos por um carro dirigido por Tess e posteriormente capturados por ela.
Ellie consegue fugir com o carro de Tess e parte para a clínica enquanto Joel fica para trás e é torturado por Tess, enquanto flashbacks mostram Joel massacrando os médicos no local para resgatar Ellie. Esta, por sua vez, dá meia-volta no meio do caminho e volta para matar Tess e resgatar Joel e começar uma vida nova com ele, sem ficar sabendo o que ele fez nas instalações dos Vaga-lumes.
Uma versão intermediária entre este enredo alternativo e a história final mostra algo mais próximo do que consta no jogo comercializado, mas com um clímax que reduz a matança protagonizada por Joel a uma cena em que ele faz um cirurgião refém na sala de operações enquanto Marlene aponta uma arma para ele e Ellie fica no meio, inconsciente em sua maca cirúrgica.
Por mais que The Last of Us seja um game de sucesso de público e crítica, a Sony não pensa em lançar uma continuação. Segundo os desenvolvedores, o jogo foi criado e trabalhado com um roteiro fechado. Ou seja, com inicio, meio e e fim. E foi finalizado para que nenhuma brecha fosse criada para dar gancho à sequências. Mesmo quando questionado pela imprensa e por jogadores de todo mundo sobre ter registrados domínios com o nome “The Last of Us 2 e 3″, os executivos da Sony disseram que ações como estas não passam de puro otimismo.
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