Lego Batman: Crítica


Sempre fui um fã dos brinquedos lego , lembro me perfeitamente de quando ganhei um pela primeira vez , e fiquei imensamente feliz quando soube que haveria filmes animados baseados nas licenças que a empresa de pecinhas de montar possui- Lego Batman a primeira vista pode parecer um filme desnecessário no cenário atual aonde pelos menos 5 ou 6 filme de super-heróis são lançados por ano ,porém o filme consegue mostrar que com a equipe correta , o resultado pode ser fabuloso , mesmo com o seu visual infantil , mas extremamente detalhado , em muitas cenas , a impressão que fica é a de estarmos assistindo um trabalho em stop motion , as peças são leves como deveriam ser , e acabam sendo mais expressivas que muito ator por aí.

Na trama, Barbara Gordon(Rosario Dawson) assume o posto de comissária da cidade de Gotham , e mostrando sua eficiência começa a questionar se as ações de Batman(Will Arnett) são mesmo benéficas para a cidade ,afinal , Batman nunca prende ninguém , e os crimes persistem com índices altíssimos , aproveitando a deixa , Coringa(Zach Galifianakis) se rende para poder executar mais um de seus planos malignos , enquanto isso , Batman tem que se acostumar com ideia de não ser mais o centro das atenções da cidade , e ainda lidar com o pequeno pupilo Dick Grayson(Michael Cera). Egocêntrico ,narcisista , egoísta, mas também no fundo , um homem amargurado e solitário que não consegue lidar com a perda dos pais e tem medo de se relacionar com qualquer pessoa , esse é o retrato que os roteiristas pitam de Bruce Wayne em Lego Batman , um filme que realmente gira em torno do personagem , e mostra esse lado esquecido nas obras anteriores do morcegão, claro que Nolan já havia humanizado o personagem em sua trilogia, mas aqui sua persona ganha novos contornos que abrem brechas para inúmeras piadas repletas de energia que referenciam todo o bat-universo , os vilões mais inusitados aparecem em tela , isso sem contar com os já necessários easter eggs e fan services que todo mundo espera.

As piadas vão além, ao zoarem com a seriedade e o tom sombrio, isso logo em seus minutos iniciais, quem entender vai achar hilário (admito que minhas bochechas já estavam doendo de tanto rir). Não posso falar nada a respeito do trabalho dos atores que deram vozes aos personagens, mas posso comentar o trabalho estupendo de Guilherme Briggs na direção de dublagem, ok, não gostei muito do Batman carioca malandro com seu vocabulário cheio de gírias, mas pelo menos a voz rouca vez jus a de Will Arnett, o que rende um monte de diálogos regionalizados.

A direção de arte e o design de produção são incríveis, é como se estivéssemos vendo uma enorme brincadeira de criança sem limites de orçamento, são inúmeros setpieces, tudo feito com base nas pecinhas lego, o que desperta ainda mais a nossa curiosidade, e claro, serve como veículo perfeito de merchandising, realmente dá vontade de comprar os brinquedos. E o que dizer da trilha composta por Lorne Balfe, um dos aprendizes de Hans Zimmer, que consegue emular a música industrial com direito a muito instrumento de percussão e aqueles violoncelos nervosos que ficaram característicos na trilogia Nolan?!

Lego Batman é um filme cheio de coração, que consegue agradar tanto os pais quanto os pequenos, é um trabalho inventivo que respeita a plateia e consegue ir além da óbvia propaganda para vender brinquedos, ao contrário de Transformers.


Lego Batman 5/5 estrelas

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