Missão Impossível: Nação Secreta crítica


2015 está sendo o ano da espionagem no cinema , tivemos Kingsman ,  A Espiã , O Agente da U.N.C.L.E e ainda o novo 007 que vai estrear em novembro , e em Missão Impossível: Nação Secreta , o quinto episódio da cine série aproveita todos os elementos que tornaram o gênero tão querido , temos uma trama complexa , personagens de confiança dúbia, cenas de ação perigosas e insanas , musas e o velho esforço dos agentes para que sejam reintegrados em seus locais de trabalho .
Em nação secreta Ethan Hunt (Tom Cruise) está prestes a embarcar em mais uma nova missão até ser atacado por um homem misterioso e descobrir que a agência em que trabalha foi desativada , agora ele é o inimigo número 1 do governo americano e ainda tem a difícil tarefa de rastrear um grupo terrorista chamado de O Sindicato . Para isso ele vai contar com a ajuda da tradicional equipe e ainda da misteriosa agente britânica Ilsa Faust . O que eu descrevi agora foi apenas uma pincelada da complexa trama de MI5 , que está repleta de reviravoltas e truques que além de enganar os personagens acabam  enganando o próprio público ao criar brincadeiras de metalinguagem, algo que o diretor Christopher Mcquarrie já havia demonstrado em Jack Reacher ao ter uma perfeita noção dos clichês de filmes de ação e também ao saber brincar com eles  , em certo momento Ethan quase morre e logo em seguida começa uma perseguição, então o personagem de Simon Pegg questiona porque ele vai dirigir o carro naquela condição , Ethan olha para ele como se quase respondesse , eu sou o principal , é claro que vou dirigir .

Tom Cruise repete o feito de seus filmes anteriores e consegue sempre mostrar determinação , foco e segurança de maneira invejável já que o ator tem 52 anos e corre e luta como se tivesse 20 , nunca entendi porque o pessoal insiste em dizer que ele é um ator pouco talentoso , ele sempre foi um ator de presença forte em cena  , fora o fato de dispensar dubles , algo que faz diferença nas cenas de ação , basta lembrar da briga na praia que aconteceu no segundo filme , ou da famosa cena do Burj Khalifa no quarto episódio , é sempre mais divertido ver uma cena que foi feita com pessoas reais ao invés de inserções digitais.Quem está igualmente bem e ate rivaliza em questão de eficiência é a atriz Rebecca Ferguson que consegue ser sensual e letal , e ainda fazer com que o publico se pergunte: e ai , confio ou não nessa mulher ?! E dessa vez o vilão esta um pouco melhor do que no filme anterior , em Protocolo Fantasma o personagem de Michael Nyqvist era apagado , aqui Sean Harris encarna Solomane Lane de maneira entediada e inexpressiva , como se soubesse da eficiência de sua equipe terrorista e também com um olhar do tipo sou superior à vocês , e é por isso que é divertido ver o personagem perdendo a calma e demostrando esboços de impaciência em situações que fogem de seu controle . Quem tem mais destaque dessa vez é Simon Pegg que serve mais uma vez como alivio cômico e também recurso dramático , sendo muito bem vindo em cena e até apontando o excesso de confiança de Ethan , que olhem só , falha em um momento decisivo do filme e ainda tem sua eficiência questionada por seus amigos de trabalho , é no minimo interessante ver um herói que tem seus defeitos , o que faz com que nos preocupemos mais com seu destino .

Tecnicamente o filme é bem sucedido , optando por filmar em película , MI5 acaba ganhando um charme com esse recurso , o que ajuda a disfarçar os efeitos visuais . O design de som merece destaque na cena de perseguição em Marrocos , ao invés de enfatizar o ronco dos motores , Mcquarrie mantem a câmera próxima ao chão para que possamos apreciar o barulho do impacto do carro com o asfalto , tornando a perseguição bem divertida de se ver .O compositor Joe Kraemer substitui Michael Giachinno e de novo usa o tema da série apenas em momentos chave , e emula alguns acordes da Opera de Giacomo Puccini na trilha do filme , lembrando da cena que acontece dentro do teatro que mescla a luta corporal com a musica de Turandot de maneira criativa. O uso da comédia não fica restrita apenas a Simon Pegg , mas também a Cruise que consegue fazer piadas apenas com um olhar ou uma expressão facial sem soar forçado . Se um dos grandes defeitos do segundo filme era mostrar um história extremamente machista , podem ficar tranquilos já que a personagem de Rebecca Ferguson consegue limpar a sujeira da franquia e ainda orgulhar o movimento feminista.

Infelizmente estamos falando de um filme caro , e para pagar o alto orçamento são necessários merchandisings , e assim nos vemos obrigados a ver propagandas da microsoft durante todo o filme como na descarada cena do Xbox One , ainda bem que o filme é tão bom que acabamos engolindo esse marketing . Missão Impossível : Nação Secreta consegue um lugar ao lados dos outros exemplares do cinema blockbuster de 2015 que felizmente esta recheado de bons filmes , viva Tom Cruise e viva Missão Impossível .

Missão Impossível : Nação Secreta - 4.5/5 Estrelas


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